As nossas vidas são pautadas com alguma musicalidade. Para cada sentimento, uma trilha sonora específica para nos alegrar ou fazer refletir. A música está em todos os momentos de nossas vidas e, segundo estudos, quem detém relação próxima com ela, até mais inteligente é.
O uso da música é feito por quase todas as pessoas e em quase todas as ocasiões. Para celebrar o nascimento ou aniversário de um ente querido; em uma festa de casamento ou formatura; em um jantar em família ou na festa com os amigos; ou até mesmo em um funeral, a música sempre se faz presente. Ela está em todos esses momentos e muitas vezes nem a percebemos devido tamanha naturalidade de seu uso.
Podemos desenvolver técnicas que nos trazem muitos benefícios, como quando escutamos uma canção para nos alegrar em um dia triste ou uma música relaxante para um dia agitado. Estratégias como essas são importantes para quem consegue pensar a música para além de uma simples junção de sons e silêncio.
A audição sensível, para identificar as sutilezas de determinadas canções, é um sobressalto para quem possui essa virtude. Dependendo da emoção e do sentimento empregados na música, o humor do ouvinte pode rapidamente modificar bastante.
Somado a isso, teorias como a do “Efeito Mozart”, mesmo que contestadas cientificamente, contribuem com a sabedoria popular de que, ao ouvir determinadas músicas, nos tornamos mais “inteligentes e criativos”. Sendo tal hipótese verdadeira ou apenas mito, pesquisas recentes comprovam que músicos têm desenvolvimento intelectual a frente de pessoas não-músicais.
É o que indicam os estudos da psicóloga Isabelle Peretz, da Universidade de Montreal, no Canadá. Segundo Isabelle, o cerebelo dos músicos tem, em média, massa 5% superior à massa de um não-músico. Ou seja, a produção ou execução de canções fazem com que o órgão responsável pela manutenção do equilíbrio, controle do tônus muscular e aprendizagem motora, torne-se mais desenvolvido.
Acreditando que a música também pode transformar realidades, o Instituto Beatriz e Lauro Fiuza (IBLF) oferece ensino musical gratuito para 450 crianças, adolescentes e jovens de Fortaleza. Através do Programa Jacques Klein, o IBLF propõe que pensemos a música como um instrumento necessário na vida de cada um que com ela se envolve.
“A música mudou a minha vida”, afirma o ex-aluno do IBLF, Alisson Mailson (18). “Ex-aluno” por um ótimo motivo. Alisson atualmente estuda na Faculdade de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Contrabaixista que já realizou diversas apresentações pelo Brasil, ele relata que o IBLF lhe deu “bagagem” e o sonho de seguir carreira nos palcos. “Em nem pensava em ser músico. Agora eu tenho traçado um plano de carreira”, garante, sorridente.
O Programa de Música Jacques Klein atua em três bairros de alta vulnerabilidade e risco social de Fortaleza, atendendo alunos a partir dos sete anos. Sua atuação começou em 2012 e hoje já colhe diversos frutos assim como Mailson. Acreditando que a música é bem mais que um objeto de apreciação, o IBLF acredita que ela pode renovar e transformar a vida de quem a escuta ou se propõe a produzí-la.