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Não é um dia só de flores

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Uma nova geração de meninas e jovens mulheres nasceu. Buscando seu lugar frente ao sol, elas guardam no peito o grito por um mundo melhor, livre de violências e igualitário em direitos. Neste 8 de Março, o Instituto Beatriz e Lauro Fiuza (IBLF) homenageia a todas as mulheres, mas lembra que este não é um dia só de flores.

O Dia Internacional da Mulher, celebrado anualmente todos os dias 8 de Março em vários países do mundo, é uma data que recorda lutas e resistências. Durante o fim do século XIX e início do século XX, Estados Unidos e Europa viveram contextos de intensas agitações sociais. As mulheres daquela época organizaram greves e manifestações com a pretensão de alcançar a tão sonhada e, até distante, igualdade de gênero.

Se aspiravam equidade, obviamente havia desigualdade entre homens e mulheres. O contraste de ambos se mostrava nas diferenças salariais, nas condições de trabalho, na falta de segurança nas fábricas, na falta de direitos políticos… É uma lista grande. As movimentações em oposição às situações vividas naquele período, foram duramente reprimidas com violência policial, mas ganhou apoio internacional, universalizando os debates sobre o papel da mulher na sociedade.

A Organização das Nações Unidas (ONU) denominou 1975 como o Ano Internacional da Mulher. O 8 de março daquele ano foi escolhido como o Dia Internacional da Mulher, sendo celebrado como uma data em que as mulheres são “reconhecidas por suas conquistas, sem considerar divisões nacionais, étnicas, linguísticas, culturais, econômicas ou políticas”, como destaca a ONU.

Diferenças entre homens e mulheres, no entanto, ainda são temas de debates quase infindos. O número de casos de violência contra a mulher, por exemplo, persiste na esfera das discussões públicas. Segundo a rede de informação sobre a dinâmica do abuso em relacionamentos, Livre de Abuso, a cada 4 minutos uma mulher é vítima de agressão e a cada uma hora e meia ocorre um feminicídio (morte de mulher por questões de gênero), no Brasil.

A caminhada para chegar em uma sociedade igualitária até agora é longa, mesmo com 40 anos depois do reconhecimento das lutas femininas pela comunidade internacional. Justamente por isso, a nova geração de mulheres, que nasceu com pretensão de buscar protagonismo, respeito e igualdade, resiste e não tem medo de expor seus planos e sonhos.

“O Dia da Mulher é um marco muito importante das lutas e dos processos sociais alcançados por nós, mulheres”, acredita Melyssa Carvalho (18), violinista do Programa de Música Jacques Klein, do IBLF. Ela acredita que mulheres e homens são iguais dentro da sociedade e, portanto, devem ter os mesmos direitos, como a liberdade de escolher o que vestir. “Os pais devem dizer para os meninos que eles não podem mexer com uma menina por ela usar determinado tipo de roupa”, exemplifica.

“Não é a menina que deve usar roupa maior, é o menino que tem de entender que ele não tem nenhum direito sobre ela”, complementa a violinista. A pretensão de uma estável e brilhante vida profissional passa pelo imaginário de Melyssa, que relembra que dentro do IBLF, inúmeras discussões permeiam os temas de igualdade de gênero, empoderamento e protagonismo feminino.

Seus planos não incluem a maternidade, mas ela conta que, se um dia for mãe, a educação de gênero será pauta certa entre seus filhos. “Quero ensinar a eles que as pessoas são iguais independentemente de tudo. Eles terão de respeitar as pessoas por elas serem pessoas, e não porque elas têm isso ou aquilo”, conclui a violinista, que sonha em palestrar sobre esse assunto por vários lugares do mundo, no futuro.

A aluna de canto coral e violão, no Programa Jacques Klein, e recém-ingressa na Faculdade de Teatro da Universidade Federal do Ceará (UFC), Iasmin Souza (17) é outra jovem que suspira por um mundo livre e igual para as mulheres. Ela ressalta que seu contato com o feminismo lhe despertou um forte sentimento de companheirismo e liberdade. “Eu acredito que as mulheres são livres para serem o que elas quiserem e da forma que elas quiserem. Devemos nos unir porque somos mulheres e assim conseguimos ser mais forte”, destaca.

Iasmin afirma que seu posicionamento político lhe deu nova percepção sobre o Dia da Mulher. “Antes eu via essa data como um dia de presentes, festas, homenagens. Mas percebi que era uma dia de resistência e luta, e não de flores”, declara. Ela conta ainda que vive a vida sem planos muito exagerados, mas revela um sonho que pretende realizar. “Eu espero me envolver muito com a Universidade e permanecer no IBLF, pois quero entender de música, teatro, dança. Quero ser uma artista completa”, objetiva a jovem.

Os discursos e sonhos de Melyssa e Iasmin nascem do pensamento de que, apesar das diferenças individuais entre as pessoas, elas são iguais dentro da sociedade. O trabalho desenvolvido pelo Instituto Beatriz e Lauro Fiuza visa valorizar e estimular todas as mulheres nas suas mais diversas atividades. Acreditando que as diferenças de gênero ainda existentes podem ser resolvidas através da educação, o IBLF parabeniza e convida a todas as mulheres a resistirem e lutarem por um mundo mais justo e igual para todas.